A senadora Simone Tebet (MDB-MS) e pré-candidata à presidência da República defendeu a aprovação de projeto de sua autoria que estabelece mínimo de 30% de mulheres nos diretórios partidários. Ela pediu a aprovação do PL 4391/2020 durante sessão especial remota em homenagem aos 90 anos do voto feminino no Brasil.
Simone ressaltou o apoio às pautas relacionadas ao combate à violência contra a mulher, mas ressaltou que o protagonismo feminino ainda enfrenta resistências. “Acho fundamental termos sempre o olhar para a pauta do empoderamento da mulher, seja na iniciativa privada, seja na pauta política-institucional”, disse.
O projeto de Simone prevê cota mínima de 30% para cada sexo na composição dos órgãos partidários de direção, de assessoramento e de apoio, bem como nos institutos e fundações. Os percentuais são maiores para os órgãos partidários de juventude, que devem ter 50% de mulheres. A reserva de gênero vale para as estruturas das legendas nos municípios, estados, DF e em nível nacional e deve ser atingida até 2028.
“Se nós não tivermos mulheres onde tudo começa – que é lá no Diretório, onde, a quatro paredes, está sendo tudo formulado e projetado: como vai ser a eleição, uso dos Fundos Partidário, Eleitoral, tempo de TV e Rádio –, se não tivermos mulheres nos representando lá, vão buscar mulheres sem voto, que muitas vezes não querem participar da vida pública. Estando nas executivas dos partidos, nós vamos buscar novas lideranças, vamos buscar mulheres nos bairros, no chão da fábrica, professoras, servidoras públicas, trabalhadoras que têm aptidão e vontade de servir através da política. Então, é fundamental esse projeto. Reputo como um dos mais importantes da bancada”, disse.
90 anos voto feminino
A senadora Simone também homenageou a luta das sufragistas que garantiram a conquista do voto feminino. “Em nome de Bertha Lutz, rendo minhas homenagens a mulheres que deram o sangue para que nós pudéssemos votar e ser votadas”.
Simone ressaltou que é hora de abrir novas portas. “Já demonstramos nossa contribuição, que sabemos fazer política e não podemos aceitar que num Brasil tão desigual, com tanta miséria e desemprego, termos apenas 15% de mulheres no Congresso. Avançamos, mas avançamos pouco comparado à média mundial.”
A senadora ainda defendeu a aprovação pela Câmara do projeto que multa empresas que desrespeitarem a equidade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função.