A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) disse que não importa se a crise é conjuntural ou estrutural. “Estamos em crise e ponto”, disse em discurso no Plenário do Senado nesta terça-feira (18).
Ela criticou o rigor do ajuste fiscal, necessário devido às políticas econômicas equivocadas e ao fato de o governo gastar mais do que arrecada. “Essa irresponsabilidade fiscal trouxe ao Senado um ajuste muito perverso: começou tirando direitos, restringindo e flexibilizando outros e agora termina na outra ponta – que é a classe produtiva, que ajuda a gerar emprego – com o fim da desoneração da folha de pagamento dos empregados da indústria e do comércio”, disse Simone.
Simone questionou o resultado positivo da medida. Estima-se que o fim da desoneração vai garantir aos cofres públicos R$12 bilhões por ano. “Mas eu pergunto: e o desemprego? Será que nós não estamos, neste momento de crise, agravando ainda mais essa situação?”
Combater a crise de forma positiva
Simone pediu ao governo federal para liberar recursos contingenciados de anos anteriores a fim de viabilizar a conclusão de obras públicas de saúde, educação e para que haja o retorno da geração de emprego no interior do País.
“Já que estamos contendo a economia com freio de mão, precisamos liberar o setor da construção civil. E nada agilizaria e aqueceria mais essa economia do que a liberação dos recursos para os Municípios e os Estados. É bom para a economia interna”, sugeriu Simone Tebet.
Para a senadora, é preciso liberar os recursos contingenciados em 2013 e 2014. “Só em Mato Grosso do Sul temos 200 obras municipais paradas, porque há R$ 140 milhões de restos a pagar aos Municípios dos dois últimos anos”, informou.
“Quando votamos o ajuste fiscal, havia um compromisso do Governo Federal. Nós estamos tirando direitos dos trabalhadores e estamos flexibilizando outros para termos um superávit primário de R$ 66 bilhões. Cadê o superávit? Virou pó! Os 66 bilhões viraram seis, e agora não viraram nada! O Governo Federal poderá fechar no vermelho, no negativo”, disse, mencionando a expectativa de retração econômica de menos 2,8% do PIB para este ano.
Ausência de liderança
A senadora Simone Tebet encerrou o discurso com um poema de Affonso Romano de Sant’Anna, que diz que o rebanho depende de um olhar para perceber de onde vem o lobo.
Para Simone, neste momento o Brasil está carente de liderança. “Nós já sabemos quais são os lobos neste País: é a corrupção, é o inchaço da máquina pública, é o gasto acima das receitas, é o processo inflacionário, é a estagnação econômica. Nós já sabemos de onde vêm e quem são os lobos, mas nós precisamos ser liderados. Eu espero que esse líder ou essa líder esteja apenas adormecido e que possa, o mais rápido possível, acordar e nos conduzir, conduzir este País para o rumo do desenvolvimento e do crescimento o mais rápido possível”, finalizou.
Assessoria de Imprensa