A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) questionou o ministro da Educação, Renato Janine, sobre as prioridades de investimento diante do contingenciamento da pasta. Ela presidiu parte da audiência pública ocorrida nesta terça-feira (9) na Comissão de Educação.
“Estou tentando entender os sinais contraditórios da política de Educação neste país. A presidente Dilma inicia o segundo governo com o lema: ‘Brasil, Pátria Educadora’, mas dentre os cortes orçamentários, o MEC foi o terceiro mais afetado perdendo mais de R$ 9 bilhões ou 20% do seu orçamento previsto para 2015”, constatou Simone.
Em sua exposição, o ministro disse que a ideia é manter os projetos em andamento apesar do ajuste fiscal e que atualmente já é investido 6,8% do PIB no setor. A meta do Plano Nacional de Educação é chegar a 10% do PIB em 2010.
Simone também questionou as possíveis fraudes no Pronatec. Ela citou relatório da Controladoria Geral da União (CGU) do ano passado que destacava descontrole de gastos públicos porque os alunos desistentes continuavam sendo contabilizados. O ministro Janine se comprometeu a enviar informações mais detalhadas à Comissão posteriormente. Simone elogiou a iniciativa do Pronatec de expandir a oferta de cursos de educação profissional. Questionou, porém, como será o futuro do programa.
Ensino Médio
Simone Tebet citou o alto índice de evasão escolar, afirmando que apenas 40% dos jovens de 18 a 24 anos concluem o ensino médio, o grande gargalo da educação. Ela reforçou a necessidade de haver um currículo mais atraente e próximo da realidade dos adolescentes. Ela também lamentou o distanciamento entre escola em relação à família, ao bairro e à comunidade. Simone sugeriu a inclusão de temas como ética, cidadania e direitos humanos em conteúdos como português, história, geografia, etc. “Por exemplo, na hora de ensinar semântica ou morfologia, poderia se usar a frase ‘todos são iguais perante a lei’ ao invés de ‘o gato correu atrás do rato’”, explicou.
O ministro afirmou que uma das críticas ao ensino médio é o excesso de matérias. Ele também destacou a falta de integração entre os professores que trabalham com disciplinas convergentes, como física, química e biologia.
Assessoria de Imprensa