A CPI dos Maus-Tratos de Crianças e Adolescentes lançou cartilhas de prevenção ao suicídio, à automutilação, ao bullying e cyberbullying, nesta quarta-feira (13). A ideia é que este material chegue às mãos de crianças, jovens, familiares, professores e profissionais que atuam, principalmente, nas áreas de educação, saúde e assistência social. A senadora Simone Tebet (PMDB-MS), que é vice-presidente da CPI, vai mandar publicar exemplares para distribuir em Mato Grosso do Sul. Ela ressaltou o enfoque informativo das cartilhas.
O combate ao suicídio tem se tornado um grande desafio para a saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida no mundo. Estima-se que de cada 100 pessoas, 17 tenham pensamentos de morte, cinco planejem e três cheguem a tentar o suicídio.
Normalmente, o suicida tem algum transtorno mental, como depressão, bipolaridade, ou é usuário de drogas. Alguns foram vítimas de abusos físicos, sexuais, emocionais ou foram negligenciados na infância e adolescência. Em geral, expressam a intenção de se matar. A tentativa de suicídio é o desfecho de um processo que inclui componentes psicológicos, psiquiátricos, culturais, ambientais, biológicos e genéticos.
Já a Automutilação Não Suicida (ASIS) vem ganhando adeptos, especialmente entre os jovens. O ambiente virtual contribui para a propagação da prática. Essa temática ganhou projeção com a difusão do jogo Baleia Azul. Em geral quem se automutila busca alívio de dor emocional ou autopunição. Em geral, as vítimas produzem lesões no corpo em locais que não sejam percebidos.
Já o bullying e, pior, o ciberbullying, atingem especialmente os jovens em período escolar. O bullying é caracterizado como ato de violência física ou psicológica que acontece de forma intencional e repetitiva. O ciberbullying ocorre no ambiente virtual. A intimidação normalmente se dá de forma velada. O tema ganhou ainda mais destaque após o episódio do adolescente que atirou contra colegas de sala no Colégio Goyases, em Goiânia, em outubro deste ano. O ato violento reavivou o debate sobre a fragilidade do combate ao bullying nas escolas. Desde fevereiro de 2016, uma lei federal estabelece como responsabilidade das escolas a promoção de medidas de conscientização, prevenção, diagnóstico e combate ao bullying.
As cartilhas “Vamos Conversar sobre Prevenção do Suicídio?”; “Vamos Conversar Sobre Prevenção da Automutilação?”; e “Vamos Conversar sobre Bullying e Cyberbullying?” trazem, em formato de perguntas e respostas, informações que podem ajudar professores, amigos, familiares e responsáveis a detectar o sofrimento psíquico por que passam as vítimas e evitar que o problema se agrave. Elas são resultado do trabalho da CPI dos Maus Tratos que, ao longo de 120 dias, ouviu autoridades, ministros, juízes, promotores, especialistas, vítimas, empresários e até pedófilos.
Este material será distribuído nacionalmente. Ele foi produzido por psiquiatras e psicólogos que, em parceria com a CPI dos Maus Tratos, elaboraram o conteúdo das cartilhas. As publicações também são fruto dos debates realizados com autoridades e especialistas de diversas áreas.
Assessoria de imprensa