Senadora Simone Tebet
Três Lagoas completa 103 anos de existência. É tempo de comemorar. A nossa cidade é um lugar onde a política brasileira deveria mergulhar, se depurar e se espelhar. Mergulhar na ideia da importância do municipalismo para resolver os nossos maiores problemas, se depurar pelo erro da excessiva concentração de recursos nas mãos da União, e se espelhar porque Três Lagoas é o exemplo vivo de como um povo que se une em torno de um projeto comum pode ultrapassar as barreiras que lhe são impostas por esse modelo que descentraliza as ações, mas que não oferece aos municípios as condições necessárias para realizá-las.
Três Lagoas é assim porque lembra um coral de quase 120 mil vozes, que se unem nos diferentes sotaques de brasileiros de todos os lugares deste País, o que faz da minha terra uma cidade nordestina, sulista, nortista, brasileira. É assim na afinação de um povo que, se migrante, guarda as melhores lembranças de suas origens, mas faz da cidade e de Mato Grosso do Sul, na comunhão com quem aqui nasceu, o grande palco que se ilumina na produção, na geração de empregos e de renda e, sobretudo, na solidariedade, na fraternidade e na comunhão de esforços para a construção de um futuro melhor para a cidade, o Estado e o País.
Como prefeita de Três Lagoas por duas vezes, tive a honra de reger este imenso coral. Tamanha a afinação, eu apenas sinalizava as entradas, e o povo soltava a voz de quem nunca se conformou com as nossas crises, crises quase sempre decorrentes de uma política que, ela sim, desafina.
Não posso deixar de repetir, como uma espécie de mantra, quando me perguntam sobre a minha maior realização como prefeita desta cidade. O que mais me comove foi ter resgatado, no coração das pessoas, o orgulho de viver em Três Lagoas.