O projeto que cria a Liderança da Bancada Feminina no Senado (PRS 06/21) deve ser o primeiro item da pauta do Plenário virtual da próxima terça-feira (09). A ideia é que haja revezamento semestral no cargo entre as 12 senadoras.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) explica que a reivindicação é essencial para garantir às representantes das mulheres um assento na reunião de líderes que ocorre semanalmente para decidir a pauta do Plenário. “O que queremos é defender projetos estratégicos para o País sob a ótica da sensibilidade da mulher. Estamos preparadas para discutir o que quer que seja: economia, emprego, renda, melhoria da educação e da saúde, direitos trabalhistas, combate à violência contra a mulher”, disse.
A senadora sul-mato-grossense aposta que ter o olhar feminino fará a diferença no colegiado que decide agendar ou não projetos polêmicos e seleciona as prioridades da Ordem do Dia para as matérias consideradas socialmente relevantes. Entre as atribuições dos líderes também estão a de poder encaminhar votações e ter preferência para falar por 10 minutos nas sessões.
Empoderamento
Para Simone Tebet a criação da Liderança Feminina em 2021 é um grande passo e representa justiça à mulher brasileira. “Somos maioria da população, temos uma bancada significativa aqui, com 12 senadoras, só falta termos a voz e a vez para podermos decidir sobre a pauta mais importante para o País, tendo os mesmos espaços que os demais senadores”.
As senadoras querem inserir na agenda projetos de interesse da bancada feminina não apenas na semana do Dia Internacional da Mulher, quando costumeiramente ocorre um esforço concentrado de votação de projetos. “Queremos que não só os projetos que andam normalmente na Casa com unanimidade, como os de combate à violência contra a mulher, sejam pautados, mas que de janeiro a dezembro tenhamos também matérias que tratem do empoderamento da mulher, para que ela possa ocupar mais espaços no mercado de trabalho, na iniciativa privada, no poder público e nos cargos eletivos”, finalizou.
Simone Tebet atua em prol da ampliação da representatividade feminina na política. Ela é autora de um projeto de lei que reserva 30% das vagas nos diretórios partidários para mulheres a fim de promover uma mudança de dentro para fora. A senadora acredita que mulheres no comando das legendas contribuirão para a seleção de candidatas mais competitivas e com potencial real de vencer as eleições.
Diversas vezes pioneira em cargos públicos, Simone sabe da importância do empoderamento feminino para abrir a portas para outras mulheres. Ela lamenta que em Mato Grosso do Sul, atualmente, haja apenas cinco prefeitas, uma deputada estadual e, em Campo Grande, uma vereadora. “A mulher tem coragem, garra, ética e espírito público. O que ela precisa é de oportunidade para ganhar os espaços de poder”, finalizou.