A senadora Simone Tebet (MDB-MS) perguntou porque o vendedor de vacinas, sendo policial militar da ativa, não deu voz de prisão ao ex-diretor de Logística do Ministério, Roberto Ferreira Dias, quando ouviu pedido de propina que ele diz ter recebido.
Luiz Paulo Dominguetti Pereira é o depoente da CPI da Pandemia, desta quinta-feira (1º). O policial militar em Minas Gerais e representante comercial da vendedora de vacinas Davati Medical Supply, teria ouvido o pedido de propina ao tentar intermediar a venda de 400 milhões de doses da AstraZeneca com o governo federal. Na terça-feira (29), em entrevista à Folha de São Paulo, Dominguetti denunciou o pedido de propina de acréscimo de US$ 1 por cada dose da AstraZeneca.
“Vossa senhoria podia ter dado voz de prisão em flagrante e não fez, por quê? Vossa Senhoria é policial militar na ativa. Vossa senhoria podia dar voz de prisão porque estava ali sendo corrompido naquele momento”, perguntou a senadora Simone Tebet.
“Eu respondo a senhora. Tudo pra mim ali era novo”, disse Dominguetti.
“Pra mim também, a resposta de um policial dizer que não sabe o que está no estatuto, na Constituição, na lei que Vossa Senhora jurou defender”, disse Simone.
Áudio Luis Miranda
Ao longo do depoimento, Dominguetti disponibilizou um áudio do deputado Luis Miranda em que ele parece estar intermediando a venda de vacinas. Em entrevista ao O Antagonista, Simone Tebet disse acreditar que o depoente veio com uma espécie de “bode na sala, com áudio suspeito a tiracolo, para colocar em suspeição o depoimento dos irmãos Miranda.”
Ela solicitou à Mesa da Comissão, que todos os parlamentares tenham acesso ao referido áudio para esclarecer os fatos.