A senadora Simone Tebet, pré-candidata à Presidência da República pelo centro democrático (MDB, PSDB e Cidadania), e o senador Alessandro Viera, pré-candidato ao governo de Sergipe pelo PSDB, discutiram em reunião na manhã de hoje, segunda-feira (27/06), em Aracaju (SE), a produção de fertilizantes no Brasil com representantes da indústria. Além dos dois senadores, participaram do encontro Eduardo Barreto e José Alberto Franco, da empresa Unigel, a vereadora de Aracaju Sheyla Galba (Cidadania), o empresário Milton Andrade e Bernardo Silva, da companhia Mosaic e do Sindicato Nacional da Indústria de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert).
A parlamentar emedebista é uma referência no debate sobre a produção de fertilizantes no Brasil. O tema veio à tona nos últimos meses com a crise gerada pela guerra na Ucrânia, que envolveu grandes fornecedores globais do insumo, essencial para a agropecuária nacional. Quando prefeita de sua cidade natal, Três Lagoas (MS), entre 2005 e 2010, Simone doou uma área à Petrobras para a construção de uma fábrica de fertilizantes nitrogenados. Com o escândalo do “petrolão”, o projeto foi interrompido, embora estivesse quase pronto.
Em abril, após denúncias da pré-candidata, a Petrobras decidiu não vender a mesma indústria, a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), para o grupo russo Acron. O plano de negócios da empresa não contemplava a produção de fertilizantes nitrogenados no país, mas, sim, apenas o uso de matéria-prima importada no processo industrial. “E esse é um insumo crucial para colocarmos comida barata na mesa dos brasileiros”, disse a senadora. “Precisamos diminuir a nossa dependência em relação a ele.” Em entrevista à imprensa, a parlamentar acrescentou: “Sergipe tem não só uma fábrica de fertilizantes nitrogenados, mas também um grande potencial no que se refere ao potássio, usado na produção do insumo”.
Alessandro Viera acrescentou que é possível melhorar o fornecimento de fertilizantes por meio de medidas legislativas, que estão em discussão no país, mas isso não basta. “Para implementá-las, precisamos de gestões qualificadas e honestas”, disse o parlamentar sergipano. “E vamos garantir isso com a Simone, em Brasília, e com a gente, em Sergipe.”
O Brasil ocupa a quarta posição entre os principais consumidores de fertilizante no mundo (absorve o equivalente a 8% da produção total). A estimativa é que 85% dos produtos utilizados no país sejam importados, em um mercado global com um número limitado de fornecedores.