É falso o argumento de que armar a população serve para a defesa da liberdade. A história é repleta de tiranos que usaram o mesmo pretexto para reprimir e violentar direitos.
Liberdade é poder andar nas ruas com paz, sabendo que temos uma polícia bem treinada e bem equipada, com arma de qualidade para nos defender e enfrentar a criminalidade.
Quem dá segurança é o Estado. Armas têm que estar na mão de policiais, não espalhadas por aí nas mãos de quaisquer cidadãos.
Países do mundo que têm leis frouxas quanto a porte e posse de armas vêm a violência se banalizar. Com Bolsonaro, o Brasil está na contramão de países mais seguros.
Por isso, vamos fazer diferente.
No nosso governo, uma das primeiras medidas será revisar criteriosamente os decretos presidenciais armamentistas com os quais Bolsonaro violou leis aprovadas pelo Congresso e fragilizou o controle do porte e da posse de armas no país.
Posse e porte de armas são coisas sérias. Não é à toa que existe o Estatuto do Desarmamento para estabelecer critérios e regras nesse campo. Qualquer discussão sobre uma eventual flexibilização dessas normas precisa ser amplamente debatida pela sociedade brasileira e tem de contar com a aprovação do Congresso Nacional.
Eu sou do interior do Brasil. É claro que há situações que precisam de um olhar específico, como as áreas rurais, onde a presença da polícia é mais distante. Lá, a posse e o porte se justificam, até porque estas famílias estão a quilômetros de um posto de polícia e, às vezes, nem sinal de telefone têm para pedir socorro.