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Ministra Simone Tebet e ministro Franklin Ortiz, da Bolívia se reúnem em Brasília para discutir integração

Na pauta também o projeto que busca aumentar a produção de fertilizantes nos dois países

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o ministro de Hidrocarbonetos e Energias (MHE) da Bolívia, Franklin Ortiz, discutiram nesta quarta (31/1), duas pautas interligadas e de interesse dos dois países: o memorando de entendimento que tem por objetivo aumentar a produção de fertilizantes nos dois países e o projeto de integração sul-americana, que visa não apenas rotas rodoviárias ou de hidrovias, mas outras formas de integração, como a energética e a conectividade digital.

O memorando de entendimento foi assinado ontem, dia 30 de janeiro, pelos ministros Geraldo Alckmin, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária (MAPA), e Alexandre Silveira, de Minas e Energia (MME), pelo lado brasileiro, e, do lado boliviano, pelos ministros Franklin Ortiz e Remmy Gonzáles Atila, do Desenvolvimento Rural e Terras. O acordo prevê, entre outras ações, “a articulação, elaboração e implementação, em ambos os territórios das partes, de projetos estratégicos nos campos da indústria e do comércio e da inovação de insumos agropecuários” e a “cooperação estratégica para a realização de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental; elaboração de projetos de engenharia e operação; atração de investimentos e melhoria do comércio de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos”, Nesse segundo, o memorando destaca os “projetos identificados com potencial, localizados em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e em Cuiabá, no Mato Grosso; e na Bolívia, em Porto Quijarro/Santa Cruz, em Uyumi/Potosí e Copaisa/Oruro, e Santivañez/Cochabamba”.

Duas das cinco rotas de integração sul-americana beneficiam diretamente a Bolívia e os Estados brasileiros na fronteira com o país vizinho, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre, e abrirão espaço para ampliar o comércio  e as relações de turismo e culturais entre os dois países. Nesse incremento de relações, destaca-se a troca de insumos para a produção de fertilizantes. Ureia, cloreto de potássio e NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) são justamente os produtos cuja produção será ampliada na Bolívia a partir do memorando assinado ontem.

A ministra Simone Tebet observou que, enquanto a rota 3, chamada de Quadrante Rondon, interliga Mato Grosso, Rondônia e Acre à Bolívia, a rota 4, chamada de Capricórnio ou Bioceânica, também beneficiará a Bolívia pela proximidade. Pelo cronograma atual, a Bioceânica estará concluída antes da rota 3, que depende da ponte de Guajará-Mirim, cujo tempo de execução está estimado em 36 meses. “As rotas abrem portas para uma ampliação das trocas comerciais com a Bolívia”, disse Tebet.

 Franklin Ortiz saldou os dois projetos. Para o ministro boliviano, tanto o memorando assinado ontem como as rotas de integração, que contarão com financiamento dos bancos de desenvolvimento regional, como Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), CAF e Fonplata, ampliam as possibilidades para o fortalecimento da economia boliviana e permitem a exploração das potencialidades e sinergias entre Brasil e Bolívia.

Enquanto o Brasil possui capacidade técnica e recursos para desenvolver cadeias produtivas na área de nitrogenados, a Bolívia possui grandes reservas de gás natural, insumo fundamental para a produção dos nitrogenados, além de minerais usados em outros tipos de nutrientes.  A implementação do memorando será conduzida por um grupo de trabalho conjunto, composto por representantes das áreas técnicas, que terá a responsabilidade de elaborar um plano estratégico de cooperação.

O memorando dá força à expectativa de retomada das obras da UFN3, fábrica de fertilizantes localizada em Três Lagoas, pois a ampliação da oferta de gás da Bolívia para o Brasil é importante para o pleno funcionamento da unidade, que pertence à Petrobras. O plano estratégico da Petrobras para o período 2024-2028, anunciado em novembro do ano passado, trouxe a retomada de investimentos na área de fertilizantes, entre eles a conclusão da UFN3.

Fonte: MPO

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