A candidata Simone Tebet reuniu-se na tarde de hoje, quarta-feira (31/8), em São Paulo, com integrantes do Observatório da Democracia do Parlamento do Mercosul (Parlasul). O órgão destacou uma missão específica para observar as eleições no Brasil, com foco em temas como a desinformação política e a participação das mulheres e de grupos socialmente excluídos no processo. Além disso, os observadores vão coletar impressões e análises de organizações da sociedade civil e da mídia sobre o desenlace das votações.
No encontro, Simone alertou os observadores que as “fábricas de mentiras”, as fontes das fake news, representam o maior desafio das eleições brasileiras da atualidade. “Como conviver numa democracia saudável com a presença de fake news?”, questionou a candidata. “O Brasil vive uma situação talvez um pouco diferente dos demais países irmãos do Mercosul. Ele convive com fake news provocadas pela própria autoridade pública do país, pelo próprio presidente da República. São fake news nos órgãos oficiais, fabricadas pelos próprios ministros, são fake news que fazem parte do dia a dia familiar do presidente.”
A candidata ressaltou ainda que, em eleições com margens apertadas, com entre 2% e 5% de diferença entre os candidatos, tais mentiras podem alterar o resultado dos pleitos. Essa situação, observou Simone, é agravada pelos extremos do espectro eleitoral, tanto à esquerda como à direita, em um ambiente de forte polarização. “Esse é um problema do mundo moderno”, observou a candidata. “Mas vamos ter de enfrentá-lo.”
Na reunião, Simone também tratou da participação das mulheres no processo eleitoral brasileiro. Nesse caso, ressaltou a importância da chapa 100% feminina, formada por ela e pela senadora Mara Gabrilli (PSDB). A candidata observou que as mulheres representam 15% entre parlamentares na Câmara dos Deputados. “É pouco”, frisou. “Temos de caminhar para pelo menos 30%, ainda que esse também não seja o número ideal. Mas é um caminho.”
Participaram do encontro com Simone Tebet a subchefe da missão do Parlasul, a deputada Cecília Britto (Argentina), além de observadores que acompanham as eleições brasileiras: as deputadas Maria Luísa Storani e Sofía Prado (Argentina), e os deputados Nicolas Viera (Uruguai), Daniel Pena (Uruguai), José Torres (Paraguai), Atílio Penayo (Paraguai), além do diretor parlamentário do Parlasul, Diego Cuinas (Uruguai).
ENTREVISTA COLETIVA
Após o encontro, em entrevista coletiva à imprensa, Simone foi questionada sobre o fato de o Chile ter convocado o embaixador brasileiro no país, pedindo “esclarecimentos”, depois que o presidente Jair Bolsonaro acusou o presidente chileno, Gabriel Boric, de atear fogo no metrô durante protestos em 2019. A acusação foi feita no domingo, durante debate entre presidenciáveis. “No nosso governo vai ser diferente”, disse Simone. “O Ministério das Relações Exteriores tem condições de nos colocar pela primeira vez no centro da geopolítica mundial. E Presidência é lugar de coisa séria, é lugar de exemplo.”
Para a candidata, o respeito às relações internacionais é fundamental para a atração de aportes do exterior. “O Brasil precisa voltar a crescer para gerar emprego e renda”, afirmou Simone. “E o país não vai fazer isso sozinho, apenas com investimentos públicos. Precisamos de parcerias com o setor privado e dos investimentos internacionais.”
Simone disse ainda que, desde o debate, sente uma receptividade cada vez maior à sua candidatura nas ruas. “Estou animada com a nossa campanha, que está sendo propositiva, há calor humano. As pessoas estão cansadas desse discurso de ódio, pedindo ‘por favor, vamos unir forças em nome de um projeto de país’”, afirmou. “Elas ficaram impressionadas com o debate, com a capacidade que tivemos de reposicionar questões muito caras para mim. Na minha frente, ninguém vai cometer crime de violência contra uma mulher.”
Depois, acrescentou: “A sensação é de que, agora, ninguém mais me desrespeita dizendo ‘ah, o MDB não queria apoiar’, “ah, você vai desistir’. Tenho todas as condições de crescer e é o que vamos fazer.” Por fim, Simone brincou: “Agora, com todo o respeito, o próximo passo é ultrapassar o Ciro nas pesquisas.”
A candidata também parabenizou a senadora Mara Gabrilli por ter apresentado à sociedade o destino de recursos de emendas parlamentares. “Nós temos de dar transparência a esse dinheiro”, disse, acrescentando que todos deveriam seguir o exemplo de Mara. “As emendas são legítimas, mas, quem esconde o orçamento do povo, tem alguma coisa. Está devendo.”
Assessoria de Imprensa