Pelo calendário de votações, a previsão é que a proposta seja votada na CCJ no dia 4 de setembro e que o plenário do Senado conclua sua tramitação em outubro.A senadora avalia que a eventual chegada da indicação de Eduardo Bolsonaro ao Senado invariavelmente provocará debate, o que poderia atrasar a tramitação da reforma da Previdência, caso isso ocorra em um momento em que a proposta estiver pronta para discussão e votação no plenário.“Atrasaria a discussão (da reforma) uma semana, 15 dias”, disse Tebet, lembrando que o envio da indicação de um nome para a PGR para suceder a atual chefe do Ministério Público Federal, Raquel Dodge, também poderia ter o mesmo efeito.
Ao fazer uma análise política da indicação de Eduardo para o cargo de embaixador, a senadora considera que não seja uma atitude correta.“Independentemente de acreditar ou não que é nepotismo, e eu acho que é, (a indicação) no mínimo viola preceitos básicos dessa divisão do público e privado, de um governo menos personalista”, disse.“Não acho que seja uma atitude acertada, viola princípio da moralidade você indicar um filho tendo se proposto a fazer diferente no palanque.
”Segundo ela, ainda assim, o nome do filho do presidente deve ser aprovado, mas com muita dificuldade.Sobre a indicação de um procurador-geral da República que não integre a tradicional lista tríplice de sugestões do Ministério Público, Tebet avaliou que as chances de aprovação dependerão do perfil do escolhido.“Nem faço críticas sobre nome fora da lista, é um direito do presidente. Se indicar alguém fora da lista e não tiver um grande perfil, também contamina (o calendário da reforma) e talvez por isso que ele (Bolsonaro) não tenha enviado.”
Por outro lado, diz Simone Tebet, a CCJ tem condições de conciliar em sua agenda, além da reforma da Previdência, a PEC das mudanças tributárias e medidas do pacto federativo.
A senadora garante que a essência da reforma da Previdência deve ser preservada —“o grosso não mexe”—, e lembrou que eventuais supressões de trechos do texto não forçam seu retorno à Câmara dos Deputados. A proposta só teria de passar por uma segunda análise dos deputados se for modificada.Tebet acrescentou que eventuais supressões que possam ocorrer na PEC não devem reduzir a economia pretendida com a proposta.