A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) disse que a defesa de Dilma está parecendo náufraga em busca de um graveto para se salvar. Isso porque o início do segundo dia de julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff foi marcado pela tentativa da defesa de desqualificar o parecer do TCU. A oposição alegou que o ex-auditor federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, Antonio Carlos Costa D’Ávila Carvalho teria confessado que ajudou o procurador do MP junto ao TCU, Júlio Marcelo, a redigir a representação pela rejeição das contas de Dilma Rousseff e pediu a desqualificação dele de testemunha para informante.
Graveto
Simone citou os números da Comissão do Impeachment que se reuniu ao longo de três meses, ouviu 44 testemunhas e produziu mais de 13 mil páginas de documentos para contraditar a alegação da defesa. “Não estou me baseando exclusivamente no parecer técnico do TCU, mas na denúncia de juristas renomados, nas oitivas da Comissão do Impeachment, no laudo pericial do Senado, no relatório do senador Anastasia, nos documentos recebidos. Querer desqualificar testemunhas e o parecer do TCU aqui é querer buscar neste graveto a tábua de salvação. Este graveto não salvará a presidente da República do impeachment”.
Tumulto
A primeira parte da sessão foi suspensa antecipadamente sem a oitiva de testemunhas. A pausa para o almoço ocorreu logo após um tumulto no Plenário devido aos comentários do presidente do Senado Renan Calheiros em relação à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Renan iniciou sua fala pedindo bom senso e compostura aos colegas durante o julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff. Nesta manhã, os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) também voltaram a trocar ofensas.
Para acelerar o processo, os partidos que apoiam o impeachment decidiram abrir mão das perguntas às testemunhas e informantes da defesa. A partir da tarde desta sexta, serão ouvidas três testemunhas e dois informantes. O economista Luiz Gonzaga Belluzo fala na condição de informante, a pedido do advogado de defesa José Eduardo Cardozo. Ele também dispensou do rol de testemunhas Esther Dweck, ex-secretária de Orçamento. Senadores que apoiam o impeachment iriam pedir a suspeição dela após a informação de que Esther estaria prestes a ser nomeada para trabalhar no gabinete da senadora Gleisi Hoffmann.