“Fui prefeita de um município do interior do interior do Brasil e sei das alegrias e das dores de ter a responsabilidade de governar o destino de cidadãos que muitas vezes vivem nos rincões do Brasil.” Foi assim que a senadora Simone Tebet saudou hoje, 26/04, os cerca de 6 mil participantes da XXIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, promovida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), na capital federal. Na ocasião, a pré-candidata à Presidência da República pelo MDB conquistou o público presente no evento ao tratar de temas municipalistas, mas também de questões da política nacional. Ela se autodefiniu como uma “municipalista raiz”. Além de ter sido prefeita, eleita e reeleita, de Três Lagoas (MS), sua cidade natal, foi eleita representante do Centro-Oeste na diretoria da CNM, em 2009. “Aqui, me sinto em casa duplamente”, disse.
A seguir, alguns temas abordados pela pré-candidata que, ao final da sua participação na Marcha, assinou uma carta-compromisso com as propostas e demandas da CNN, ao lado do presidente da entidade, Paulo Ziulkoski:
Pacto Federativo
No encontro, ela defendeu uma revisão do Pacto Federativo, cujo desequilíbrio crônico entre encargos e fontes de custeio asfixia as prefeituras brasileiras. “Eu assumo o compromisso de continuar defendendo um Pacto mais justo”, afirmou Simone. “Hoje, 80% dos recursos disponíveis ficam com a União e com os Estados, sendo que cerca de 20% vão para os municípios, mas é nesses locais, nos municípios, que as pessoas buscam trabalho, renda, escolas, creches, lazer, a vida, enfim.”
Auxílio Brasil
Sobre o Auxílio Brasil, a senadora lançou um alerta: “Não tem dinheiro para bancar no ano que vem o Auxílio Brasil”, destacou. “Temos este ano porque criamos um crédito extraordinário, aliás, nem isso, fizemos o que muitos chamam de ‘PEC do Calote’ para suprir uma necessidade.” Agora, observou a pré-candidata, é necessário avançar. “É preciso remodelar o sistema de transferência de renda permanente para as famílias mais vulneráveis do Brasil, mas temos de fazer isso com porta de saída para essas pessoas.”
Orçamento Secreto
A senadora Simone Tebet fez ainda duras críticas contra autoridades que tentam justificar o chamado “orçamento secreto”. “Lamento, porque, se essa moda pega, as assembleias legislativas vão querer tomar conta dos cofres estaduais e as câmaras de vereadores dos municipais”, afirmou, enumerando, a seguir, alguns pontos que contesta. “Primeiro: o dinheiro é público. É do povo brasileiro. É preciso ter transparência e ética com esse dinheiro. Segundo: eu sou senadora da República e não sei para aonde estão indo 16 bilhões de reais.”
Na sequência, a parlamentar questionou: “Eu pergunto se algum prefeito uma prefeita que recebeu de um único parlamentar 100 milhões ou 150 milhões de reais de emendas? Pois tem prefeito que recebeu. É justo alguns receberem e outros não? É justo alguns parlamentares terem esse dinheiro e outros não? É justo nós não podermos disputar a presidência do Senado ou a presidência Câmara de forma igualitária. no mano a mano, na coragem, no voto, no discurso, nas propostas, sabendo que tem ‘orçamento secreto’ sendo distribuído para direcionar a consciência de parlamentares? É justo com o povo brasileiro que está desempregado e 40% da população brasileira em insegurança alimentar, e nós temos 16 bilhões de reais nas mãos de alguns poucos no Congresso Nacional, com poder para virem reeleitos, empoderados, porque distribuíram [esse dinheiro] para currais eleitorais de forma não igualitária?”. Simone frisou, como havia advertido em outras ocasiões, que é “fácil resolver esse problema”: “Basta uma caneta, uma portaria ou um decreto, fazendo com que todos os Ministérios abram, com transparência total, para aonde está indo esse dinheiro”.
Assessoria de Imprensa
Pré-Campanha Senadora Simone Tebet
Teresa Cristina Miranda