Nota taquigráfica - Simone Tebet mostra preocupação com tensão política e faz apelo em favor da tolerância | Simone Tebet
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A nova esperança
do Brasil

Nota taquigráfica – Simone Tebet mostra preocupação com tensão política e faz apelo em favor da tolerância

A SRª SIMONE TEBET (PMDB – MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) – Não posso começar a minha fala, Sr. Presidente, sem antes fazer um agradecimento à gentileza do Senador Lindbergh Farias.

Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, brasileiros do meu País, eu estava vindo hoje pela manhã, atravessando a Avenida chamada Esplanada dos Ministérios e, mais uma vez, vendo esse muro a dividir os ministérios, num simbolismo de divisão do povo brasileiro. E eu tive, naquele momento, vontade de escrever algumas palavras. E o fiz, através do meu celular. Eu gostaria de, neste momento, transcrevê-las.

Na verdade, a minha intenção, nesta hora difícil da nossa trajetória, como uma Nação que sempre se moldou pela paz e pela concórdia, é que as minhas palavras cheguem aos senhores, representantes do povo e de todos os brasileiros, como uma prece.

Sim, Senador Ataídes, como uma prece, uma oração.

Se buscar, no mais fundo sentimento da minha alma, uma oração que melhor represente o meu sentimento aqui e agora, nada mais apropriado que encontrar luzes na Oração de São Francisco, uma oração que, como o Pai Nosso, é universal, entoada e respeitada por todos os credos.

Sei que posso fugir, na minha pretensão, à humildade franciscana; mas bem que eu desejo que esta minha prece se transforme em um instrumento da nossa paz. Onde há ódio, que eu possa levar o amor. Onde há ofensa, que eu possa levar o perdão.

E na comunhão com os Srs. Senadores e Deputados Federais, de todos os partidos e pretensas ideologias, e todos os brasileiros, de todas as raças, de todas as religiões, de todos os sotaques, de todas as regiões e de todas as condições sociais, possamos dizer, a uma só voz: onde há erro, que possamos levar a verdade; onde há discórdia, que possamos levar à união, para que juntos, onde há trevas, possamos levar a luz; onde há muros, que possamos restaurar a concórdia, a fraternidade, a solidariedade e o melhor espírito da humanidade, que sempre caracterizou o povo brasileiro.

Derrubemos, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, todos os muros, de todas as esplanadas, muros concretos e de concreto, de alumínio e o que o valha, porque não valem. Não valem a dor, o sofrimento da divisão, da segregação, da fragmentação do povo brasileiro. Derrubemos os muros fictícios, imaginários, abstratos, da discórdia, da briga, da intolerância e do ódio. Derrubemos os muros e as muralhas que estão a impedir a conversa amiga, o abraço apertado e caloroso, a ajuda fraterna. Derrubemos o muro ideológico, Senador Lindbergh, e de ideologias que não mais existem, porque hoje há apenas uma: a do servir, porque este é o nosso papel: servir e não ser servido.

Existem formas diferentes de se chegar ao céu. Existem formas diferentes de amar. Existem formas diferentes de administrar a coisa pública, mas somente um fim, que todos, de todas as colorações partidárias, buscamos ou devemos buscar: o do bem comum; o bem-estar do povo brasileiro, que se traduz em emprego, saúde, educação, segurança, moradia, que se traduz em felicidade, enfim.

Que os muros caiam! Os reais, como o da Esplanada dos Ministérios, que projetam sombras irreais nas mentes, mas tenho certeza de que não no coração da nossa gente. Que os únicos muros que permaneçam em pé sejam os muros sagrados: os da esperança e os da fé, para que lá possamos depositar a nossa prece. Que segunda-feira seja um novo recomeço, independentemente do resultado das nossas decisões conscientes. Que possamos voltar a ser um País unido, fraterno, solidário e próspero. E o principal: que não mais volte uma divisão dessa natureza a habitar as mentes, os lares e as ruas do Brasil, para que ela não chegue jamais aos corações dos brasileiros.

Ouve, Senhor, as nossas preces!

Muito obrigada, Sr. Presidente.

O Sr. Ataídes Oliveira (Bloco Oposição/PSDB – TO) – Senadora, permite-me um aparte muito rápido?

A SRª SIMONE TEBET (Bloco Maioria/PMDB – MS) – Eu estou falando pela… Eu não sei se eu estou…

O Sr. Ataídes Oliveira (Bloco Oposição/PSDB – TO) – Não, está falando como oradora, Senadora.

O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. Bloco Maioria/PMDB – RN) – V. Exª pode ficar à vontade.

A SRª SIMONE TEBET (Bloco Maioria/PMDB – MS) – Com o maior prazer, Senador Ataídes.

O Sr. Ataídes Oliveira (Bloco Oposição/PSDB – TO) – Senadora Simone Tebet, estou nesta Casa há aproximadamente dois anos. Eu ainda não havia assistido a um discurso como este. V. Exª traz a esta tribuna, nesta tarde de quarta-feira, uma palavra de paz, de esperança. Traz também a palavra de Deus. Eu não vejo, nesta tribuna, oradores falarem em Deus. Quero parabenizá-la, do fundo do meu coração, Senadora Simone Tebet. Parabéns mesmo! Não tenho dúvida de que essas suas poucas palavras, hoje, vão repercutir Brasil afora, porque é exatamente o que o nosso povo está esperando dos políticos: uma palavra de paz, de esperança, de futuro próspero, de temor a Deus. V. Exª disse que temos que servir e não sermos servidos. Olha que coisa linda! Eu sou um chegante na política. Percebo que o político é um sacerdote, ele tem que servir ao povo, e não ser servido. Mas, lamentavelmente, a regra geral é: ele é eleito e, doravante, quer ser servido, e não servir. Evidentemente, com as exceções, que são poucas.

Essa frase de V. Exª é muito profunda: os políticos brasileiros, com exceção, querem ser servidos e não querem servir ao povo. É o motivo maior desse desastre. E aqui, Senadora, eu coloco que, se esse Governo do PT tivesse temor a Deus, se Lula e Dilma tivessem temor a Deus, não teriam feito com o povo brasileiro o que eles fizeram; não teriam feito. Se eles tivessem temor a Deus, eles não teriam colocado o povo brasileiro na sarjeta como eles colocaram. Parabenizar, mais uma vez, V. Exª. Eu já a admiro desde o primeiro dia que a conheci e, a partir de hoje, vou admirar ainda mais, Senadora Simone Tebet. Muito obrigado.

A SRª SIMONE TEBET (PMDB – MS) – Obrigada. Obrigada pelas gentis palavras, Senador Ataíde. Agradeço-as e as acolho com muito carinho.

Mas quero dizer que, quando digitei, como disse, essas palavras, meras e singelas palavras, realmente, no meu celular, estava vindo pela avenida chamada Esplanada dos Ministérios, e eu vi um muro de um lado a dividir um País, mas, ao mesmo tempo, pensei no povo brasileiro e pensei comigo: eu conheço o coração e a alma do povo brasileiro. Essa discórdia, intolerância, essa divisão, essa segregação podem até ter chegado hoje nas mentes do nosso povo, mas ainda não contaminaram o seu coração.

Essa é a razão desta prece, uma prece que vem, não da minha mente; ao contrário, vem do fundo do meu coração.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

Assessoria de Imprensa

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