Fábrica de fertilizantes será uma das maiores do mundo
A líder do MDB no Senado, Simone Tebet, conseguiu um espaço na agenda cheia do novo presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, de passagem por Brasília, nesta terça-feira (12). Ouviu dele que está mantida a regra do jogo para a venda da UFN-III, fábrica de fertilizantes, situada em Três Lagoas-MS, Estado da senadora. Ou seja, a mudança do presidente da Petrobras não vai interferir no negócio. Além de Simone, estiveram na reunião o senador Waldemir Moka (MDB-MS), o deputado estadual Eduardo Rocha (MDB) e o prefeito de Três Lagoas, Angelo Guerreiro. O encontro durou cerca de 15 minutos na Presidência do Senado.
A senadora Simone explicou que, apesar da mudança no comando da empresa, com a saída de Pedro Parente, nada muda no processo de venda da fábrica de fertilizantes. “Queremos levar tranquilidade para a população de que as obras serão retomadas e haverá geração de emprego e renda”, disse. O senador Waldemir Moka ressaltou a importância para o agronegócio da existência de uma fábrica de fertilizantes no Centro-Oeste.
O novo presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, tranquilizou os parlamentares e o prefeito dizendo que acompanhou o processo enquanto estava na diretoria financeira da Estatal e ressaltou o profissionalismo da Acron. A empresa russa produz e comercializa fertilizantes em mais de 60 países.
Histórico
A construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados-III foi interrompida em dezembro de 2014, quando a Petrobras rompeu contrato com o consórcio até então responsável, formado pelas empresas Galvão Engenharia –¬ denunciada na Lava Jato –¬ e Sinopec. A obra estava cerca de 80% concluída. Em setembro de 2017, a Petrobras iniciou o processo de venda, como parte da sua política de desinvestimento.
Com a mudança no comando da Petrobras, havia a preocupação em Mato Grosso do Sul de que o processo de venda fosse alterado. Mas, Ivan Monteiro garantiu aos parlamentares e ao prefeito de Três Lagoas que não haverá mudanças e que a fábrica será, em breve, realidade.
Produção de fertilizantes pode dobrar
O Brasil deve dobrar a capacidade de produção de fertilizantes com esta fábrica, que hoje é de apenas 25% do necessário para o consumo interno.
A expectativa é de que a UFN-III se torne uma das maiores fábricas de fertilizantes nitrogenados do mundo.
Para Simone Tebet, a produção de fertilizantes no País vai diminuir o custeio da produção de alimentos e, possivelmente, até o preço dos produtos na mesa do brasileiro. Ela também destaca a geração de empregos. Estima-se que serão criados 7 mil empregos diretos – na fase de construção – e cerca de 500 quando a fábrica estiver em operação.
A estimativa inicial era de que a produção anual da fábrica fosse de 1 milhão e 250 mil toneladas de ureia granulada e perolada e 81 mil toneladas de amônia. Posteriormente também seria agregada a produção de nitrogênio e potássio.
Grupo Acron
Em maio, a Petrobras anunciou negociações com a empresa russa Acron, que atua em mais de 60 países, com foco na produção e comercialização de fertilizantes. O grupo russo, inclusive, já negociou com o governo do Estado a concessão de incentivos fiscais e está fechando um protocolo de intenções com a Bolívia a respeito do fornecimento de gás natural.