Simone Tebet se emociona ao citar dor de mulheres na guerra em sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher | Simone Tebet
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Simone Tebet se emociona ao citar dor de mulheres na guerra em sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) se emocionou ao ler trechos do artigo do jornalista Jamil Chade, em Plenário, durante a sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Ela decidiu deixar registrada parte do texto nos Anais do Senado. Para Simone, a preocupação com a guerra entre Rússia e Ucrânia, é ainda mais grave pelas denúncias de ucranianas sendo violentadas por soldados russos. “Eis que não precisamos de tradução para entender a fala de um Deputado que, na língua pátria, em português, diz que as mulheres ucranianas pobres são fáceis”, disse referindo-se aos áudios vazados do deputado estadual Arthur do Val.

Para Simone, o jornalista Jamil Chade, ao responder ao deputado, acabou por escrever um “hino em defesa das mulheres.

Entre aspas:

“Ao longo da história, a violência sexual é uma das armas de guerra mais recorrentes para desmoralizar uma sociedade. Ela não tem religião, nem raça. Ela destrói. Demonstra o poder sobre o destino não apenas das vidas, mas também dos corpos e almas. […] Não precisamos sair do Brasil para saber que as mulheres, simplesmente por serem mulheres, precisam passar a vida se explicando. Como se necessitassem de chancela ou justificativa para determinar o destino de seu corpo ou coração, se podem trabalhar ou ter tesão. […] Conheci certa vez uma garota yazidi. Ela me contou como, depois de sua cidade ser tomada por islamistas, ela foi transformada em escrava sexual. (…) ela e as demais meninas se dividiam em dois grupos. Aquelas que rezavam para sobreviver e aquelas que rezavam para morrer logo. (…) Nas proximidades de Bagamoyo […], vi duas garotas brincando. Não tinham mais de 10 anos de idade. Expliquei que era jornalista […] [dei-lhe o] meu nome […] [e um crachá] de visita. […] Alguns meses depois, já na Suíça, abri minha caixa de correio de forma despretensiosa ao chegar em casa. Num envelope surrado e escrito à mão, chegava uma carta de Bagamoyo. […] [Quem escrevia] com uma letra visivelmente infantil […] explicava que tinha me conhecido diante do hospital e que tinha meu endereço […] [pelo] cartão que eu lhe havia deixado. […] o conteúdo daquela carta era um verdadeiro pesadelo. A garota me escrevia com um apelo comovedor. “Por favor, case-se comigo e me tire daqui. Prometo que vou cuidar de você, limpar sua casa e sou muito boa cozinheira. […] Uma observação no final parecia mais um atestado de morte: “Com as últimas moedas que eu tinha [disse ela], comprei este envelope, este papel e este selo. Você é minha última esperança.” […] chorei de desespero e de impotência diante daquele pedido de resgate. […] É nossa obrigação, portanto, [termina ele] desmontar o processo de profunda desumanização de uma guerra e da miséria. Cada um com suas armas […] para que haja alguma insurreição de consciências sobre a condição feminina. Na guerra e na paz…. [fecho aspas]”

“Nada mais preciso acrescentar nesse dia de hoje, apenas pedir ao jornalista que todas nós possamos subscrever esta carta, porque esta carta toca o coração de todas as mulheres do planeta”, disse Simone.

Oradoras

A sessão de hoje teve a participação de oradoras convidadas. Mulheres de diversas áreas de atuação que vieram trazer suas experiências. A advogada Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta, falou sobre o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil. Suéli Feio, co-fundadora do G10 favelas, idealizadora e coordenadora do Projeto Costurando Sonhos Brasil para empoderar mulheres vítimas de violência doméstica através da qualificação profissional na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, falaram por indicação da senadora Simone.

Protagonismo feminino

A senadora finalizou seu discurso dizendo que, apesar de tudo, encontra esperança na luta de cada uma das mulheres. “Se somos a maioria da população, ainda somos a minoria em quase tudo. A minoria nos espaços de poder, no espaço de fala, de voz e de vez. Isso nós não podemos admitir. Só há um jeito de combatermos a desigualdade, só há um jeito de nós mulheres podermos elevar as nossas vozes para dizer: Não é este o Brasil que queremos, muito menos para tão poucos como os que aí estão. O Brasil que queremos e para quem queremos, nós mulheres temos que dizer. E é por isso que eu defendo mais mulheres na política”, disse. Simone lembrou que está na política partidária há mais de 20 anos, além do tempo de militância política. Para ela, a falta de moradia e a fome são problemas gravíssimos que precisam ser enfrentados no Brasil de hoje. “Não vou descansar enquanto cada mulher brasileira não tiver um teto para abrigar os seus filhos. Eu não vou descansar enquanto houver uma criança passando fome no Brasil. Nós, mulheres do Congresso Nacional, não vamos descansar. Por quê? Porque tiramos a nossa força, a nossa coragem da força e da coragem do espelho de cada uma de vocês. Vocês são o nosso exemplo, vocês são a nossa fortaleza. Parabéns às mulheres pelo seu dia!”, disse.

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