Ministra afirmou que todos os brasileiros estarão representados no planejamento e orçamento, sem descuidar da responsabilidade fiscal
Nesta quinta-feira (5/1), a nova ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, tomou posse no cargo, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto. Na oportunidade, Tebet destacou que “os pobres estarão prioritariamente no orçamento público, mas não apenas eles: a primeira infância, jovens, idosos, mulheres, negros, povos originários, pessoas com deficiência, a comunidade LGBT e os trabalhadores. Todos estarão no orçamento. Passou da hora de dar visibilidade aos invisíveis. Temos de abarcar todas essas necessidades sem causar desarranjo nas contas públicas”, afirmou em seu discurso.
A diversidade do povo brasileiro – que marcou a entrega da faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva no último domingo – estará refletida no orçamento e planejamento federal, ajudando a promover a união, a pacificação e a reconstrução do país, com defesa da vida, da diversidade e do meio ambiente, assegurou Simone Tebet. “Quando o presidente Lula dá sua ordem e lança uma missão para todos nós, todos os ministros e ministras, de que se cumpra a Constituição, o que ele está dizendo é que ele quer o povo brasileiro nas políticas públicas e no orçamento”, reforçou.
Ela apontou a importância da retomada de atenção a ações nas áreas de Educação, Saúde, Meio Ambiente, Segurança Pública, Moradia e Habitação, não apenas na elaboração anual, mas em planejamento que norteie o crescimento do país durante décadas. “O Plano Plurianual vai ser feito por diversas mãos, com a participação dos poderes, com a sociedade civil”, declarou Simone Tebet.
A ministra defendeu a aprovação urgente da reforma tributária, para garantir menos tributos do consumo, que pressiona os mais pobres. O foco – salientou – é permitir que o Brasil migre para um sistema tributário menos regressivo, com simplificação e justiça tributária. “Somente assim teremos o crescimento necessário para garantir os empregos e renda para nossa população brasileira”, afirmou. Juntos, os integrantes de toda a equipe econômica vão combater a inflação, os juros altos, o aumento da dívida pública, mas também agir para acabar com a miséria e a fome, acrescentou a ministra.
Outro ponto de atenção anunciado pela nova ministra é a elaboração de um Plano Nacional de Desenvolvimento Regional: “É preciso atacar as diferenças sociais e regionais para que não tenhamos mais a vergonhosa situação de ter a cara de uma mulher do Nordeste como a cara mais pobre do Brasil”.
Simone Tebet ressaltou a importância de receber do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o convite para assumir o Ministério do Planejamento e Orçamento – mesmo após ter manifestado divergências na condução da pauta econômica. “É isso que quero, porque eu sou um presidente democrata”, foi a resposta do presidente da República, relatou a ministra. “E um presidente democrata não quer apenas os iguais; quer os diferentes para se somar. Porque é assim que se constrói uma ação soberana, igual, justa e para todos”, concluiu a nova titular do Planejamento.
O discurso de posse da ministra também celebrou o início do novo governo. Simone Tebet afirmou que chegava ao fim um período de quatro anos de negacionismo, de ataques à vida e à democracia, com discursos de ódio e propagação de mentiras, o que gerou divisão entre os brasileiros.
Na cerimônia de posse, estiveram ao lado de Simone Tebet o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o ex-presidente da República, José Sarney; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; a ministra da Gestão e da Inovação dos Serviços Públicos, Esther Dweck; a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA); o senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB) e o deputado federal Isnaldo Bulhões Júnior (MDB-AL).