Foto: Roberto Castello
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), líder da bancada feminina do Senado, é uma das signatárias da nota da CPI da Pandemia em solidariedade aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e à decisão do seu presidente, Luiz Fux, de cancelar o encontro entre os chefes dos Três Poderes. Foi uma reação aos constantes ataques à Corte e à ameaça do presidente Jair Bolsonaro de violar os limites da Constituição.
Simone lamentou que o Judiciário, a sociedade civil e a imprensa são duramente atacados quando fazem críticas construtivas ao Planalto ou ao presidente Bolsonaro. Para ela, a divergência e o contraditório são armas legítimas da democracia, mas entende como inadmissível as tentativas indiretas de golpe e o estímulo ao apoio popular pela volta do AI-5. “Todos os órgãos, quando minimamente fazem críticas construtivas ao Planalto ou ao presidente da República, são duramente atacados. Não atacados com os instrumentos constitucionais, com as armas legítimas que temos, da divergência, do contraditório, são atacados de maneira rasteira, utilizando-se dos instrumentos antidemocráticos, estimulando a sociedade à volta do AI-5, a tentativas indiretas de golpe, a dizer que se não houver voto impresso, não teríamos eleição, como se a soberania não fosse do povo. Não aceitaremos que sejam deslegitimadas as instituições e não admitiremos ataques inconstitucionais. É preciso ter coragem e o que não falta hoje para as instituições é a coragem de defender de forma intransigente a democracia, o voto popular. Teremos, sim, eleições em 2022, as instituições estão firmes para reagir à luz da Constituição”, disse Simone Tebet.
Voto impresso
A senadora defendeu a segurança das urnas eletrônicas e disse que, quando jovem, teve conhecimento de fraude em uma eleição municipal, quando o sistema ainda era em voto impresso. “Eu vi uma eleição ser fraudada porque pegaram as cédulas em branco e mexeram ali e o candidato que dormiu prefeito, acordou no dia seguinte em 2º lugar.
A senadora afirma que após muitos esclarecimentos formou convicção a respeito da segurança das urnas eletrônicas. “Acho que o nosso Brasil não precisa se preocupar com isso”, disse, defendendo que a beleza da democracia é a alternância de poder. “Aquele que for derrotado, tem que aceitar o resultado das urnas”, para Simone, o voto é a representação da soberania é popular.
Veja a íntegra da nota:
Os integrantes da CPI da Pandemia, abaixo-assinados, subscrevem integralmente a decisão anunciada pelo Presidente do STF, Luiz Fux, e se solidarizam com os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
É inegável que o Presidente da República, como método, tenta deslegitimar as instituições e ataca sistematicamente o Judiciário, expediente autoritário de lembranças funestas. A própria CPI tem sido alvo recorrente de tentativas de intimidações por parte do Executivo.
Em tempos sombrios, quando as piores pessoas perdem o medo, cabe às melhores não perderem a coragem em defender a democracia.
Omar Aziz
Presidente
Randolfe Rodrigues
Vice Presidente
Renan Calheiros
Relator
Otto Alencar
Humberto Costa
Tasso Jereissat
Eduardo Braga
Alessandro Vieira
Rogério Carvalho
Simone Tebet
Eliziane Gama