A expectativa da senadora Simone Tebet (MDB-MS) para esta semana na CPI Pandemia é de depoimentos determinantes para o andamento das investigações.
O colegiado vai ouvir o advogado e empresário Marcos Tolentino da Silva, nesta terça-feira (14). Ele faltou à reunião do dia 1° de setembro, alegando estar doente. Ele é dono da Rede Brasil de Televisão e é apontado como “sócio oculto” do FIB Bank, garantidor do contrato da Covaxin. Ele é próximo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros. Tolentino vai à CPI munido de habeas corpus que permite a ele ficar calado em caso de perguntas que possam incriminá-lo.
Para Simone Tebet, esta é uma das semanas mais relevantes da CPI. Ela acredita que o depoimento de Tolentino fecha o ciclo em torno do contrato da Covaxin. “Temos seríssimo indícios de corrupção e lavagem de dinheiro. Tolentino, a princípio, se desponta como possível sócio oculto de um banco que não é banco, que deu a garantia para que esse contrato pudesse ser assinado. Então, imagina a gravidade desse processo e o que podemos esperar de turbulência desse depoimento”.
Na quarta-feira é esperado o advogado Marconny Ribeiro Albernaz de Faria, apontado como lobista da Precisa Medicamentos. Além disso, ele é considerado peça-chave por ser próximo da advogada Karina Kufa, do filho do presidente Bolsonaro, Jair Renan, e da mãe dele, Ana Cristina Valle.
“Marconny tentava entrar em tudo quanto é negócio, não necessariamente com fins públicos, visando interesse coletivo. Ele aparece em diversas denúncias e processos que já estão sendo investigados pelo MP do Pará. Vejam que semana quente que virá”, comentou a senadora Impne, Líder da Bancada Feminina no Senado.
Para ela, os dois depoimentos abrangem situações diferentes, mas com personagens envolvidos, de alguma forma, nesse “escândalo de ganhar dinheiro em cima da dor dos familiares das mais de 585 mil vítimas do coronavírus”, finalizou.