A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) afirmou que vai votar contra a MP 714/2016, que amplia para 100% a participação do investimento estrangeiro na aviação civil. “Eu sou favorável a vinda de capital estrangeiro para o País, inclusive estamos precisando disso. O que me preocupa é se estamos no momento certo para promover essa abertura”, disse citando a crise econômica brasileira e a falta de demanda no mercado interno.
A senadora concorda com o texto original da MP que ampliava de 20% para 49% a participação de capital estrangeiro nas companhias aéreas nacionais. “É preciso sim, injetar dinheiro nas empresas, para que elas possam resolvam o problema financeiro, diminuir custos operacionais e assim diminuir tarifas e regionalizar o transporte aéreo, mas fico preocupada de colocar minha digital nessa abertura de 100%”, disse.
Simone expressou suas preocupações a respeito da aprovação da MP durante audiência pública para discutir o Plano de Aviação Regional, na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, nesta quarta-feira (29), e em Plenário ontem, quando da discussão da MP. Por falta de consenso no Plenário, a votação foi adiada para hoje.
Ela lembrou que quando foi prefeita de Três Lagoas teve muita dificuldade de conseguir empresas aéreas interessadas em fazer a rota para lá, apesar de o município fazer divisa com São Paulo. “Nós conseguimos dar a infraestrutura necessária, tudo foi oferecido e as empresas só vieram por causa da demanda, não foi por conta de incentivo fiscal, queda de ICMS do querosene, nada disso. Então, eu volto na questão da crise econômica. Nós temos, nesse momento, a necessidade de entregar completamente ao capital estrangeiro as companhias aéreas nacionais?”, ponderou.
A senadora acredita que a mudança não impactará de imediato o valor das tarifas aéreas. Ela também afirmou que grandes Nações europeias não conferiram esta abertura. Ela deixou claro que é favorável à mudança para 49% da participação de capital estrangeiro nas companhias aéreas nacionais, conforme previsto originalmente na MP. A mudança para 100% ocorreu na Câmara dos Deputados.
Assessoria de Imprensa