*Simone Tebet
Mato Grosso do Sul celebra quatro décadas de existência oficial. Neste 11 de outubro, que todas as cuias de tereré se voltem para o alto, num brinde especial ao orgulho de ser sul-mato-grossense. Ao orgulho de uma gente honesta, ordeira, solidária e trabalhadora, que não mede esforços para construir um Estado que desponta como um dos mais prósperos do País.
Há quarenta anos, o povo de Mato Grosso do Sul tomou o trem da sua própria história. Ali, em outubro de 1977, inaugurou-se, não apenas uma nova estação, uma nova linha, mas uma nova locomotiva.
Um novo trem da história atravessa, há quarenta anos, o pantanal e percorre o cerrado, os pampas, os planaltos, os chapadões e as serras escarpadas da minha terra.
Um novo trem atravessa o pantanal e viaja no tempo, ao som da guarânia, do chamamé, do cururu, do siriri, do vanerão e das toadas entoadas por quase três milhões de corações sul-mato-grossenses.
Um novo trem atravessa o pantanal ao sabor do sobá, do porco no rolete, da linguiça, do peixe à pantaneira – artes e sabores de um povo que cultiva o futuro em terra fértil.
Um novo trem atravessa o Pantanal pelos trilhos do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, de Bonito, de Jardim, de Corumbá, de Aquidauana, de Bela Vista e de tantas outras imagens típicas de postal, verdadeiras lembranças do paraíso, que encantam a todos os que nos visitam.
Um novo trem atravessa o Pantanal e viaja na cultura dos nossos povos indígenas. Tradição que se revela na produção artesanal esculpida no barro e na madeira, ou tecida na palha, patrimônios culturais como a Viola de Cocho, a cerâmica terena, o artesanato Kadiwéu e os Bugres de Conceição.
Um novo trem atravessa o pantanal, leva e conduz gente de todos os quadrantes do Brasil e do mundo, carregando e mesclando todos os sotaques, todos os temperos, todos os acordes, todas as emoções.
Mato Grosso do Sul é a terra onde se juntam, num mesmo traço de união, vizinhos de soleira e de fronteira e gente que vem de outras terras, de outros mares. Os contornos do nosso mapa abraçam cinco estados brasileiros e dois países sul-americanos. As águas do Rio Paraná fertilizam nossas terras, delimitam nosso território, e, são pontes líquidas que nos unem aos nossos vizinhos, vias de mão dupla por onde recebemos e ofertamos progresso, esperança, alegria.
Mato Grosso do Sul – meu berço, minha casa, meu chão – é um Estado síntese do Brasil na sua história, na sua geografia e na sua gente. Por isso, qualquer brasileiro, de qualquer canto e recanto deste imenso país, ao visitar Mato Grosso do Sul, se sentirá em sua própria casa.
O Pantanal é o nosso coração – pulsação criativa da natureza e da cultura, exuberante de vida, repleto de passado, prenhe de futuro.
Um novo trem atravessa, há quarenta anos, o coração do Brasil.
O meu vagão partiu de Três Lagoas, exemplo e síntese de Mato Grosso do Sul, que é exemplo e síntese do Brasil. Nesses trilhos, carrego meu coração pantaneiro, sul-mato-grossense, brasileiro. Com gratidão e fé.
*Simone Tebet é Senadora da República pelo PMDB-MS
Assessoria de Imprensa