Plano de governo de candidata traz capítulos específicos sobre empreendedorismo feminino e equidade racial
O plano de governo da senadora Simone Tebet contará com um capítulo especial sobre o tema “equidade étnico-racial”. “Nele, nós não vamos só confirmar as políticas afirmativas, mas ampliá-las”, disse a parlamentar. “Não queremos apenas que as minorias tenham vagas nas universidades, mas que tenham emprego depois de formadas.” A candidata do centro democrático (MDB, PSDB e Cidadania) ao Planalto acrescentou que o plano terá um projeto específico de empreendedorismo feminino. “A mulher precisa ter independência econômica”, afirmou. “Isso é fundamental para diminuir a violência doméstica.” De acordo com Simone Tebet, tal proposta poderá contar com financiamento e participação do BNDES. A senadora confirmou ainda que criara uma Secretaria da Criança e do Adolescente, ligada à Presidência da República. “Temos de preparar o presente, mas olhando para o futuro”, observou.
As afirmações da candidata foram feitas na manhã de hoje, domingo (31/7), durante visita à sede Orpas (Obras Recreativas, Profissionais, Artísticas e Sociais). A entidade social foi fundada por Daniel Faria, pré-candidato a deputado federal pelo MDB paulista. A organização funciona há 18 anos na Chácara Santana, no Jardim São Luís, no extremo sul de São Paulo, região que já figurou entre as mais violentas da cidade. Destaque no terceiro setor, a Orpas promove a integração de membros de comunidades da periferia paulistana por meio de atividades de intercâmbio, desenvolvimento econômico, cultural e de formação profissional. De acordo com Simone, iniciativas como a da Orpas estarão no centro das políticas públicas de seu governo.
Em entrevista à imprensa, a candidata afirmou ainda que é possível reduzir pela metade o déficit habitacional no Brasil, estimado hoje em 6 milhões de moradias, em um mandato presidencial. Ela também afirmou que, eleita, vai se empenhar na aprovação de um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e garante a igualdade salarial entre homens e mulheres.
Durante a visita à Orpas, do alto da sede da entidade, Daniel Faria mostrou à senadora a região do Jardim São Luís. Ele lembrou que as mortes violentas eram tão frequentes ali, que o cemitério do bairro era chamado de “Luisão”, dada a “intimidade” e frequência com que os moradores iam ao local. “Por isso, resolvemos escalar na política”, disse ele. “E você, Simone, é a esperança para nossos problemas, porque estão exterminando nosso povo.”
Daniel Faria presenteou a senadora com o livro “Caixa Preta”, de sua autoria, do qual leu o poema “Samba Negro”, durante uma breve reunião com integrantes da comunidade. O texto se apropria da alegria e do desprendimento do ritmo brasileiro como forma de estímulo para a superação de problemas enfrentados pelas mulheres negras no dia a dia. Um dos principais slogans da Opras é “sonhar não paga imposto”. Para Daniel, o resgate da “capacidade de sonhar” é uma das metas da entidade. A partir daí, e uma vez empoderadas, nota o empreendedor social, as pessoas vão em frente.
Para criar a Orpas, em 2005, Daniel Faria pediu emprestado à sua mãe o quartinho de passar roupas, que ficava nos fundos da casa onde morava – e onde a organização ainda funciona. Ali, a ONG realizou seu primeiro curso de música, com 55 alunos interessados nas aulas de teclado, violão e bateria. Hoje, a organização atendeu cerca de 3 mil pessoas.
Simone Tebet foi acompanhada durante a visita por Daniele Akamine, pré-candidata à deputada estadual pelo MDB, Gustavo Reis, prefeito de Jaguariúna, presidente da Associação Nacional de Prefeitos, e Vice-Prefeitos do MDB, e coordenador das campanhas do MDB em 2022 no estado de São Paulo, e por Vânia Rocha, diretora das Orpas.
Assessoria de Imprensa