Em discurso no Plenário, a senadora Simone Tebet (PMDB-MS) destacou a instalação, esta semana, da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher. Ela lembrou que esta comissão “é filha legítima da CPMI” que apurou, durante um ano e meio, as causas deste tipo de crime e mapeou os instrumentos do Estado para combatê-lo.
A senadora, que foi eleita presidente do colegiado na terça-feira (10), disse que a comissão será presidida especialmente pelas mulheres vítimas da violência.
“A cada 12 segundos uma jovem ou adolescente é estuprada; uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de agressão; estamos entre os oito países mais violentos dentre 85 nações; somos o segundo país que mais mata mulheres na América Latina. Esses índices vergonhosos estão marcados no rosto e no corpo da mulher brasileira”, lamentou.
Prejuízo de 1,2% do PIB
A senadora Simone Tebet também destacou os prejuízos econômicos causados pela violência contra a mulher, ressaltando que o problema é maior que uma questão de gênero. Segundo ela, o Brasil perde 1,2% do PIB anualmente com a queda de produtividade da mulher que falta ao trabalho, que sai de licença-médica, que entra com seguro-desemprego ou que pede demissão.
A senadora ainda disse que a comissão terá um “trabalho árduo, porque combater a violência contra a mulher é uma das questões mais complexas do Brasil, uma vez que as raízes desse modo de agir são culturais e históricas e impactam diretamente no núcleo mais sagrado de uma sociedade, que é a família”, destacou.
A senadora Ana Amélia, em aparte ao discurso, ressaltou confiança na atuação de Simone Tebet à frente da comissão. “Quero dizer que a Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher, nas suas mãos, tem um relevo maior ainda, pela sua história, pelo seu compromisso, pela sua combatividade, pela sua coragem no enfrentamento desse gravíssimo problema social, um problema de gênero, um problema político e institucional, em alguma medida”, disse.
Assessoria de Imprensa